
Foto: Caio
Guatelli/Folha Imagem
Quem diria que o homem um dia poderia construir
máquinas que os substituíssem! Ainda mais na área cirúrgica. E essa grande evolução
também alcançou o Brasil: o hospital Albert Einstein realizou em 2010 uma cirurgia cardíaca totalmente robotizada. Este foi o primeiro procedimento
do gênero que ocorreu em nosso país e em toda a América Latina. A cirurgia
esteve sob o comando do cirurgião cardíaco Robinson Poffo e teve o acompanhamento
de cirurgiões norte-americanos. O sistema Robótico chamava-se Da Vinci e já
havia sido utilizado em cirurgias de próstata. A paciente tinha 35 anos
e sofria de comunicação interatrial, o procedimento
durou aproximadamente seis horas.
Segundo José Carlos Teixeira Junior -
gerente médico executivo do Programa de Cirurgia do hospital: "É uma
cirurgia muito mais precisa. O cirurgião fica no console para manipular os
"braços" do robô e tem uma visão em 3D. O equipamento filtra
possíveis tremores das mãos do médico e o movimento das pinças é articulado,
como o movimento das mãos. Na cirurgia minimamente invasiva tradicional, a
pinça é rígida e não permite muitos movimentos". O Dr. Poffo também fez
suas declarações e afirmou que a cirurgia robótica é bem mais cômoda e
apresenta riscos mínimos se comparada às cirurgias tradicionais. Com ela, o
paciente recebe apenas algumas incisões para que os instrumentos cirúrgicos
possam entrar e evitam grandes cortes, cicatrizações demoradas, diminui
sangramentos e infecções, além de possibilitar uma rápida reabilitação e menos
tempo de internação.
Os responsáveis pela área não poupam elogios ao
falar desta tecnologia, entretanto, é preciso ressaltar que o procedimento não
pode ser utilizado em qualquer paciente. De acordo com Poffo a pessoa "Não pode ter nenhuma anormalidade na caixa torácica e também tem
que ter uma boa circulação periférica". A cirurgia cardíaca por robô
também não é utilizado em todos os casos. A ponte de safena, que é
mais complexa, é realizada em apenas alguns casos mais específicos. Os médicos
indicam atualmente esta cirurgia em situações que envolvam tratamentos em
válvulas cardíacas, algumas cardiopatias congênitas e correção da fibrilação atrial.
O sistema robótico é uma inovação no
Brasil, entretanto já é uma realidade nos Estados Unidos. Apesar do alto custo
– cerca de cinco milhões – existe uma grande expectativa entre os profissionais
de saúde. Eles esperam que faça parte do cotidiano brasileiro e que abra portas
para novas perspectivas. Ainda assim há quem suspeite desta proposta
dita tão inovadora. O cirurgião cardíaco Marcelo Jatene, por exemplo, sugere
que há um equívoco em afirmar que a técnica traz benefícios
reais e superiores aos da cirurgia convencional. Segundo o médico a proposta "É
inovadora e muito bem-vinda. Mas a sequência de casos ainda é pequena” e os
custos são altíssimos, afirma.
Talvez esta seja mesmo uma boa questão a se pensar: os procedimentos
robóticos são realmente melhores que os tradicionais? São mais seguros? E você,
o que pensa sobre isto? Vote na enquete abaixo e dê sua opinião.
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