sábado, 7 de abril de 2012

Cérebro conectado a computadores... Isto já é uma opção?


É bastante perceptível a forma como a tecnologia é capaz de interagir com o corpo humano. Há quem diga que a relação mente-máquina futuramente pode deixar de ser mera ficção científica. Como seria se pudéssemos conectar diretamente as informações ao nosso cérebro? Seria algo parecido com um pen drive, fato não muito pensável em ser um dia considerado realidade.  Porém, alguns cientistas acreditam que na atualidade existem mecanismos que chegam a se assemelhar com tal ficção.

Dispositivos implantados no ouvido interno, capazes de estimular diretamente os neurônios do nervo auditivo ou implantados de forma direta nas áreas acústicas relevantes no cérebro, são claramente meios de comunicação e conexão de um cérebro humano com um computador através de microeletrodos implantáveis. Outro caso são os de deficientes visuais que integram painéis de microeletrodos em sua retina. Esses eletrodos recebem os sinais de câmeras sem fio acopladas aos óculos, e depois os transmitem diretamente para os neurônios do nervo ótico. Dali chegam ao córtex visual primário, situado junto à nuca. Os sistemas que foram testados têm uma resolução muito parcial, mas já é o suficiente para ajudá-los a diferenciar algumas formas de objeto e desviar de obstáculos na rua, por exemplo. Mas, os cientistas já estão testando versões que se conectam diretamente às áreas visuais do córtex cerebral.

A estimulação profunda do cérebro (“deep brain stimulation”, ou DBS, em inglês) já foi utilizada em cerca de 30 mil pacientes de Parkinson no mundo. Um pequeno computador subcutâneo envia sinais elétricos para eletrodos implantados profundamente no cérebro, para estimular os núcleos afetados pela doença. E ainda há estudos muito avançados seguindo a ideia de que os sinais cerebrais sejam usados para movimentar pernas ou braços mecânicos. A neurociência tem avançado progressivamente junto com a miniaturização dos sistemas eletrônicos, que estão tornando possível a conexão de componentes técnicos às estruturas cerebrais. Pesquisas feitas em macacos demonstram reações positivas na estimulação de neurônios. Entretanto, sabe-se que o resultado surge por coincidência, ou seja, são estimulados, por exemplo, 18 neurônios ao caso e não forçadamente, que o permitem realizar as atividades. 


Mas há uma questão delicada quando se trata de experimentos. Fazê-los em animais ou pessoas paralisadas não é algo bem garantido. Um ser humano normal e saudável seria o mais indicado para servir de cobaia, porém, a segurança deve ser o fator primordial. Se as estimulações ocorrerem ao acaso, será muito perigoso movimentos involuntários surgirem do nada e executar certas ações. Nestes casos, seria culpa do computador ou do cérebro? Além do mais, existem os riscos cirúrgicos que podem causar danos cerebrais, o que não compensaria os benefícios hipotéticos da pesquisa.

E então, que solução a ciência tecnológica deve tomar? Diante de vários projetos inovadores contrastando com valores éticos que os proíbem utilizar humanos-cobaia, o que deve ser feito para que haja desenvolvimentos sem experimentos concretos? Apesar dos impasses, muitos dependem destas ideias tecnológicas e, seja qual for a solução, existem milhões de pessoas que apostam nestes estudos e torcem para que os cientistas consigam encontrar uma solução para seus problemas.

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